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Analice Nicolau
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A pressão social sobre mulheres sem filhos: desmistificando a maternidade

Maicon Paiva explora os impactos positivos e negativos da decisão de ter filhos no casamento

Analice Nicolau

14/11/2023 8h00

Na sociedade contemporânea, a decisão de ser mãe ou não se tornou um ponto de intensa pressão sobre mulheres, especialmente aquelas que alcançaram os trinta anos e ainda não têm filhos. Uma pesquisa recente do Officer For National Statistics, no Reino Unido, revelou que uma em cada cinco mulheres com mais de 45 anos optou por não ter filhos até 2021.

Thalita Rebouças compartilha sua experiência e opiniões sobre a maternidade

A maternidade, antes vista como uma trajetória quase obrigatória, agora é alvo de questionamentos e julgamentos externos. Desde celebridades como Thalita Rebouças até mulheres anônimas, a escolha consciente de não ser mãe é frequentemente acompanhada por situações constrangedoras.

O Especialista em Relacionamentos e Comportamento, Maicon Paiva, fala dos motivos pela queda no número de mulheres com interesse em serem mães

De acordo com dados do IBGE, a taxa de fecundidade no Brasil está em declínio, atingindo 1,62 filhos por mulher. O Especialista em Relacionamentos e Comportamento, Maicon Paiva, argumenta que fatores econômicos e sociais desempenham um papel significativo nessa queda, juntamente com a crescente participação das mulheres em atividades fora do lar.

A questão da maternidade também impacta os relacionamentos. A ideia de que ter filhos fortalece os laços matrimoniais é questionada por Maicon Paiva, que ressalta os pontos positivos e negativos a serem considerados ao tomar essa decisão. No Espaço Recomeçar, ele oferece o Casamento Espiritual como uma ferramenta para equilibrar relacionamentos em crise devido à pressão pela maternidade.

Nomes como Thalita Rebouças, de 46 anos, escritora e roteirista de grandes livros e filmes infanto-juvenis, contou nas redes sociais que, apesar de seu público ser crianças e adolescentes, ela nunca teve vontade de engravidar. “Sou da geração que mais foi pressionada. Tomei a decisão com 27 ou 28, por aí. Não era a minha praia, é muito tempo de dedicação. Sempre falo que fazer filho é fácil, educar que é difícil. Não sei se teria vocação. Comparo com a minha carreira de atriz, para exemplificar. Sei que tenho um mínimo de talento, mas não tenho vocação para ficar esperando horas para gravar no set, ensaiando, etc. Com a maternidade seria parecido. Acho mesmo que teria talento, mas não sei se tenho vocação. Na dúvida, por que vou arriscar?”.

Maicon Paiva, fundador da Casa de Apoio Espaço Recomeçar, traz alguns pontos que podem ser considerados no momento de se ter um filho.

– Liberdade. Depois de ter um filho, todas as decisões da sua vida precisam ser levadas em conta. Se surgir uma oportunidade profissional ou pessoal, não dá para simplesmente pensar “E lá vou eu!”, já que boa parte do seu tempo é dedicado aos filhos, no geral;
– Finanças. Oferecer educação e saúde de qualidade para filhos no Brasil é caro. Poucas pessoas têm real noção do custo de criar uma criança desde o primeiro ano de vida até a idade escolar e, depois, universitária. Nos dias de hoje, em que muitos sequer conseguem guardar dinheiro para si, imagine ter que incluir filhos no planejamento financeiro. A verdade é que boa parte das pessoas com filhos não têm condições financeiras para tal;
– Preocupação. Um filho significa preocupação para sempre. Além disso, você pode fazer o seu papel de pai/mãe super bem e seu filho ainda assim pode acabar dando muito trabalho.
– Tempo. O tempo livre de alguém com filhos é altamente reduzido. Noites mal dormidas, reuniões de escola, médicos, festas de amigos da escola, etc. Com todas essas responsabilidades, como você arranja tempo cuidar bem de você?;

O Especialista em Relacionamentos fala sobre como criar um casamento feliz apesar das crises. “O amor é a base de qualquer relacionamento, mas especialmente de um casamento. Sem amor, não há motivo para se unir a outra pessoa, nem para compartilhar a vida com ela. O amor é o que dá sentido, propósito e alegria ao casamento. É o que faz com que os cônjuges se apoiem, se cuidem e se protejam mutuamente. Esse sentimento puro que faz com que o casal cresça junto, aprenda um com o outro e supere os obstáculos.”

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