Em um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, um especialista revela que o maior risco para um negócio não é a crise, mas o imposto que ele paga e não devia. A boa notícia? Esse dinheiro pode ser recuperado
Imagine que existe um vazamento na caixa d’água da sua empresa. Um vazamento silencioso, invisível a olho nu, que todos os dias desperdiça um recurso vital para o seu negócio. Agora imagine que esse vazamento não é de água, mas de dinheiro. E que ele não está acontecendo em uma ou duas empresas, mas em absolutamente todas as que operam sob o regime de Lucro Real no Brasil.
A afirmação é forte, quase inacreditável, mas vem de quem passou anos mergulhado na arquitetura do sistema tributário brasileiro. “Não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quanto’. Eu afirmo, com a tranquilidade de quem analisa centenas de casos, que 100% das empresas no Lucro Real pagam ou já pagaram impostos indevidamente”.
A frase é do Dr. Márcio Zamboni, um advogado que se tornou uma das maiores autoridades do país em recuperação de créditos tributários. Com pós-graduações que vão do Direito Tributário ao Processual Penal, pela renomada Escola Paulista da Magistratura (EPM), Zamboni não é apenas um advogado; ele é um estrategista, um decifrador de códigos de um sistema feito para ser complexo.

A legislação muda diariamente, as interpretações variam e as oportunidades para pagar menos de forma legal, ou para recuperar o que foi pago a mais, ficam escondidas em portarias e decisões que o contador, na correria do dia a dia, simplesmente não tem como acompanhar. Zamboni alerta para um fato muito importante; “O problema nasce em um detalhe que quase ninguém vê: a classificação fiscal do produto, o NCM. Muitas vezes, o fornecedor usa um código genérico ou errado, e a empresa compradora simplesmente replica esse erro em sua contabilidade. Não é falha do contador; ele confia na informação que recebe. Nosso trabalho é ser o parceiro que possui a tecnologia para auditar essa cadeia e encontrar a falha na origem”
O que Zamboni descreve é um cenário alarmante. As empresas, focadas em sobreviver, inovar e gerar empregos, acabam perdendo para o Fisco um dinheiro que é seu por direito. É um capital que poderia ser usado para investir em tecnologia, contratar mais funcionários ou simplesmente aumentar o fluxo de caixa.
O trabalho de Zamboni se assemelha ao de um arqueólogo forense. Ele e sua equipe mergulham nos últimos cinco anos na contabilidade de uma empresa e, com o auxílio de tecnologia de ponta, cruzam cada nota, cada pagamento, cada linha do balanço com a legislação vigente, dia a dia.
E o trabalho não pára. Ele revela que encontram tudo; “Impostos pagos em duplicidade, créditos de PIS/COFINS não aproveitados, bases de cálculo erradas. São dezenas de ‘pequenos’ erros que, somados, representam uma fortuna. Em muitos casos, essa fortuna é o que separa a empresa do crescimento ou da falência”. Muitos empresários têm receio de que “mexer no passado” possa atrair uma fiscalização. É exatamente o oposto. Nosso diagnóstico, que usa também Inteligência Artificial, funciona como um “compliance preventivo”. Ele aponta e corrige as falhas antes que o Fisco as veja. Portanto, “o processo não só recupera um capital que pode transformar a empresa, como já vimos clientes recuperarem mais de 150 milhões, mas também aumenta a segurança fiscal do negócio para o futuro.
O mais impactante é que este não é um serviço para o futuro; é um resgate do passado. O dinheiro recuperado, corrigido pela taxa Selic, volta para o caixa da empresa como um fôlego novo, um capital inesperado que pode mudar o rumo do negócio.
De Fardo a Ferramenta Estratégica
A mensagem central deste trabalho é uma virada de chave na mentalidade do empresário brasileiro. É parar de enxergar a área fiscal como um centro de custo e começar a vê-la como um centro de lucro. “O planejamento tributário não é sobre ‘não pagar impostos’. É sobre pagar exatamente o que é devido, nem um centavo a mais”, finaliza Zamboni. É sobre usar a própria complexidade da lei a seu favor.
Em um país onde ser empresário é um ato diário de coragem, descobrir que existe um “vazamento silencioso” pode ser frustrante. Mas a verdadeira notícia é que existem guardiões, como o Dr. Márcio Zamboni, que não apenas sabem onde está o vazamento, mas detêm as ferramentas para fechá-lo e, mais importante, recuperar o que foi perdido.
O conhecimento, no Brasil, não é apenas poder. Para as empresas, ele é lucro. E pode estar escondido na sua própria conta.