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Alta Velocidade
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O incrível Hulk 

Longa espera de Hülkenberg termina com troféu feito de Lego, no primeiro pódio em sua 239ª corrida de F1

João Luiz da Fonseca

07/07/2025 11h28

f1

Quinze anos, 239 corridas. Foi a mais longa espera na carreira de um piloto para conquistar um lugar no pódio de um Grande Prêmio de Fórmula 1.

Mas enfim o jejum foi quebrado e Nico Hülkenberg pôde celebrar a conquista com o terceiro lugar no GP da Inglaterra. Com ela, veio também o sonhado troféu para inaugurar sua galeria. Feito de peças de Lego.

Para colocar as mãos na taça, o incrível Hulk teve que enfrentar ninguém menos que Lewis Hamilton, tantas vezes imbatível em Silverstone. E não foi só isso que tornou o feito grandioso, a ponto de lhe render ainda o título de Piloto do Dia na votação dos fãs pelo site da F1.

O alemão largou de P19 e resistiu ao caos de uma prova marcada por chuva intensa e muitos incidentes.

Ao cruzar a linha atrás apenas das favoritas e massacrantes McLarens, Hülkenberg celebrou com toda a emoção o que o momento lhe permitiu. “Estou em êxtase; este é um dia tão especial para a equipe e para mim pessoalmente. Aquela sensação do primeiro pódio… Não consigo expressar em palavras. Foi uma corrida muito intensa, com condições que mudavam o tempo todo, e você sempre sente que está no limite.

Tomamos as decisões certas, principalmente parando mais tarde para trocar por pneus slicks — essa decisão foi crucial e fez toda a diferença. A batalha com Lewis no último turno foi realmente intensa. Ele estava diminuindo a diferença, mas consegui mantê-lo atrás e até mesmo abrir um pouco quando os pneus começaram a funcionar”, disse o dono do #27 da Sauber.

“Largar em último no grid e terminar no pódio, sinceramente, parece meio surreal. Vai levar alguns dias, alguns momentos, para processar tudo e assimilar. Foi um grande esforço de equipe do início ao fim, e estou muito orgulhoso do que conquistamos juntos. Agora, temos duas semanas para aproveitar e comemorar bastante antes de voltar ao trabalho – e terminar a primeira metade da temporada em alta”, finalizou.

O retorno ao pódio da Sauber em 13 anos, que era aguardado desde que Kamui Kobayashi conseguiu o feito em Suzuka, em 2012, também foi muito comemorado pela equipe.

“Nico subiu da 19ª posição no grid para o pódio com uma performance serena que misturou precisão, experiência e velocidade pura quando necessário”, destacou Jonathan Wheatley, chefe da equipe.

Conforme observou, “esse resultado e os 15 pontos que o acompanham elevam a equipe à sexta colocação no Campeonato de Construtores, na metade da temporada. O trabalho duro continua, impulsionado pela incrível motivação que este verão está proporcionando”.

Com um total de 41 pontos, a equipe agora figura à frente da Racing Bulls (36), da Aston Martin (36), da Haas (29) e da Alpine (19). 

E a comemoração no domingo só não foi completa por conta do abandono do brasileiro.

”A corrida de Gabriel Bortoleto terminou mais cedo após um giro danificar seu C45. A corajosa decisão do jovem brasileiro de usar pneus slicks no final da volta de apresentação, juntamente com vários outros pilotos, não deu resultado, pois a pista demorou mais do que o esperado para secar, resultando em perda de controle na primeira curva. Ainda assim, foi um fim de semana de lições importantes para Gabriel, que voltará mais forte com a retomada da temporada em Spa-Francorchamps, daqui a duas semanas“, analisou a equipe em seu site oficial.

“Embora minha corrida não tenha saído como planejado, estou orgulhoso de fazer parte disso. Vou continuar trabalhando duro e espero estar lá também algum dia”, ressaltou Gabriel, enaltecendo o pódio do companheiro. E disso ninguém duvida!

Paddock em festa

O consenso de Piloto do Dia não foi apenas entre os fãs da Fórmula 1, mas de todo o pessoal do paddock.

Isso ficou claro quando as equipes rivais Aston Martin e Mercedes levaram garrafas de champanhe para o box da Sauber, que estava  despreparada, e para que Hulkenberg pudesse ser devidamente homenageado. Os pilotos cobriram de elogios o eufórico veterano. Sem nenhum sinal de inveja, mas apenas de alegria genuína e reconhecimento pelo piloto de 37 anos que finalmente teve seu momento marcante e pôde acrescentar o merecido troféu à sua longa carreira.

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