O erro estratégico da McLaren em pit stop durante o GP do Catar permitiu que Max Verstappen vencesse a corrida de forma fenomenal. Mesmo com a temporada altamente adversa no início, o holandês conseguiu se recolocar no campeonato como protagonista e levar a disputa pelo título até a última corrida, em Abu Dhabi, no próximo fim de semana.
Verstappen chegou a estar 104 pontos atrás do líder — uma desvantagem considerada quase irrecuperável na disputa pelo título.
Mas a partir da volta das férias e com melhorias no RB21, ele deu a grande guinada no desempenho. Sua média de pontos por corrida subiu de 13,4 para 22,4 nas últimas oito provas. E, com a vitória no GP de Las Vegas, combinada com a desclassificação de Norris e Piastri (por irregularidade técnica nos carros), o piloto da Red Bull colocou ainda mais lenha na fogueira da disputa.
O GP do Catar, no entanto, foi o marco crucial. O holandês pegou o elevador direto do terceiro andar para o topo do pódio, passando por cima das duas McLarens, que largaram na frente.
Devido ao desgaste extremo dos pneus em Lusail, a Pirelli estabeleceu um limite máximo de 25 voltas para o primeiro pit stop, com duas paradas obrigatórias. Porém, com a entrada do safety car na sétima volta da prova, todos os pilotos, com exceção de Lando Norris, Oscar Piastri e Esteban Ocon, pararam nos boxes para a troca dos pneus.
Essa decisão bizarra da McLaren, de permanecer na pista com compostos usados, foi a gota d’água para abrir de vez o caminho para o tetracampeão.
Oscar Piastri ficou sem palavras após esse erro primário, considerado por ele como “difícil de engolir” e que lhe custou a vitória.
“Claramente, não foi a escolha certa, o que é uma pena,” lamentou. “O nosso ritmo foi fenomenal, e eu realmente acredito que administrei de forma excecional o fim de semana. Não ganhar no final foi realmente frustrante”, desabafou.
De fato, Piastri dominou todas as atividades do fim de semana: liderou o único treino livre, conquistou a pole e venceu a sprint; e ainda faturou a posição de honra para a prova principal.
Largando da pole position no GP do Catar, ele liderou as primeiras voltas no circuito com facilidade e tudo já indicava que o australiano ia passar o rodo mais uma vez.
No entanto, o erro crasso de estratégia mudou completamente o rumo da corrida. A McLaren assumiu a total responsabilidade pelo que talvez possa ser classificada como a maior burrice da temporada, mas de nada adiantou o arrependimento tardio, depois que o estrago já tinha sido feito.
Além desse deslize, a ação na pista foi escassa e, como provaram as voltas finais da corrida, mesmo com o DRS Norris não conseguiu ultrapassar Kimi Antonelli, o que só foi possível – não por mérito -, mas por um erro do italiano que permitiu que Lando assumisse o quarto lugar.
A decisão desastrosa da equipe permitiu a Verstappen tirar também de Piastri a vice-liderança do campeonato e chegar à final apenas 12 pontos atrás do líder.
A própria imprensa já chama o cenário de “virada histórica” e que pode se tornar também “a maior reação nos 75 anos da Fórmula 1”, caso conquiste o título.
Igualmente na proporção inversa, para a McLaren – que durante 23 etapas teve seus dois pilotos se revezando na liderança da classificação – , nadar e morrer na beira da praia seria, no mínimo, decepcionante. A única certeza, contudo, é que a batalha final vai ser realmente épica!