João Luiz da Fonseca
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Equipe nega veementemente a existência de um piloto número 1, afirmando que mantém uma abordagem igualitária entre Lando Norris e Oscar Piastri, apesar de estar usando táticas de corrida diferentes para ambos
Lando Norris e Oscar Piastri estão em uma luta acirrada pelo mundial de pilotos 2025 da Fórmula F1, com a dupla da McLaren apresentando desempenhos impressionantes a cada GP.
Piastri venceu seis corridas contra cinco de Norris, e a diferença, que já chegou a 22 pontos, passou a ser de apenas 9 (284 a 275) após o Grande Prêmio da Hungria no início do mês, com o triunfo do britânico.
Essa vitória acabou se tornando o grande tópico de discussão dentro da F1 desde então, devido à decisão da McLaren em adotar estratégias diferentes para os pilotos em Budapeste.
Há relatos e análises indicando que a equipe, embora seja relutante em afirmar que não possui piloto número 1, pode estar, em algumas situações, priorizando Lando Norris em detrimento de Oscar Piastri.
Essa percepção surgiu nas últimas etapas e culminou em Hungaroring, onde as estratégias de ambos os pilotos divergiram, com Norris empregando uma inesperada parada única, enquanto para Piastri foi adotada a abordagem de dois pit stops.
A McLaren, por meio de seu chefe, Andrea Stella, tem se defendido, afirmando que as táticas diferentes objetivam dar a cada piloto as ferramentas necessárias para buscar a vitória, e não uma tentativa de favorecer um em detrimento do outro.
Apesar da defesa da equipe, observadores e analistas interpretam que em alguns GPs ela propicia claramente mais chances de vitória a Norris.
Sem piloto número 1?
Ao continuar afirmando que não tem piloto número 1 e que ambos têm chances iguais de brigar por vitórias e pelo campeonato, o time de Woking vende a ideia de que gosta de dar liberdade para que os mesmos escolham os próprios planos de corrida.
Mas será que essa divisão estratégica — que decidiu o resultado da última corrida — está sendo conduzida de forma justa?
Stella também afirmou que ”tudo é feito dentro dos limites do interesse da equipe e do respeito mútuo” e que “isso será assim até o final da temporada”.
É inegável que essa tática tem aumentado a pontuação da McLaren, que venceu 11 das 14 corridas até aqui, com sete dobradinhas, e consolida sua posição no topo do campeonato.
Mas com 10 etapas restantes após a pausa de verão, é esperado que a disputa entre Norris e Piastri se intensifique cada vez mais, e será interessante observar como irá se desenrolar, principalmente levando-se em conta que a McLaren tem um carro com potencial para vencer todas elas.
Ao contrário da reação da mídia, os pilotos discordam das críticas sobre eventual favorecimento e saem em defesa da equipe, demonstrando entender essa abordagem até agora.
Mas quando a batalha pegar fogo na reta final, com ambos brigando freneticamente pelo título, o relacionamento amistoso vai resistir à rivalidade? À medida que a tensão aumenta, a McLaren continuará defendendo posição de neutralidade? As respostas podem muito bem determinar o destino do campeonato este ano.