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Bortoleto: a superioridade difícil para Wheatley admitir

De fato, Hülkenberg começou 2025 de forma forte, conquistando um impressionante sétimo lugar já na etapa de abertura da temporada, em março, no Grande Prêmio da Austrália

João Luiz da Fonseca

29/09/2025 10h45

bortoleto x hulk

Jonathan Wheatley, chefe da Sauber, minimiza o domínio de Gabriel Bortoleto, apesar do piloto brasileiro superar constantemente o veterano companheiro de equipe (Instagram)

O anúncio do brasileiro Gabriel Bortoleto como companheiro de Nico Hülkenberg na Sauber aconteceu em novembro de 2024, com a equipe optando por uma combinação de experiência e juventude, sendo a tarimba do piloto alemão considerada então o ponto forte e alicerce da nova dupla.

De fato, Hülkenberg começou 2025 de forma forte, conquistando um impressionante sétimo lugar já na etapa de abertura da temporada, em março, no Grande Prêmio da Austrália.

No entanto, após esse resultado, ele passou sete corridas sem pontuar, até que finalmente, no início de julho, veio o aguardado primeiro pódio, no GP de Silverstone, quando terminou em terceiro lugar.

O feito se tornou também o ponto alto não apenas da temporada, como de seus 15 anos de carreira. Afinal, o veterano de 38 anos somava 239 corridas sem nunca ter chegado entre os três primeiros e seu melhor resultado havia sido uma série de quartos lugares.

Passadas 17 etapas, o piloto soma 37 pontos e ocupa a 10ª posição no campeonato. Apesar disso, vem perdendo terreno para o estreante Gabriel Bortoleto.

Embora o brasileiro tenha 18 pontos e esteja na 16ª posição no Mundial de Pilotos, sua consistência na pista vem chamando a atenção.

Em classificações, o brasileiro superou o companheiro em sete finais de semana consecutivos e tem um placar geral favorável de 13×7 em relação a Hülkenberg, que reconheceu o problema. “É um pouco de confiança que estou perdendo”, afirmou ele, na última etapa em Baku.

Essa diferença de desempenho ficou ainda mais evidente após a metade da temporada. No começo do campeonato, ele havia superado Bortoleto em quatro das cinco primeiras provas.

Mas a familiarização com os circuitos seguintes foi fundamental para o brasileiro, e sua performance foi superior em classificações nas últimas oito corridas, em uma série que abrangeu Áustria, Inglaterra, Bélgica, Hungria, Holanda, Itália e Azerbaijão.

Todos esses circuitos estavam no calendário da F2 no ano passado, em que ele conquistou o título de campeão mundial na categoria.

Hulkenberg, por outro lado, cometeu erros em momentos decisivos, chegando inclusive a tocar o muro no Q1 em Baku.

Mais que isso, na classificação GP do Azerbaijão, ele foi responsável por acionar uma das seis bandeiras vermelhas e caiu para o 17º lugar no grid.

Na corrida, foi apenas o 16º,  cinco posições abaixo de Bortoleto, que por pouco não ficou na zona de pontuação, finalizando em 11°.

Evolução passageira?

Na contramão do objetivo, a juventude mostra ter assumido o controle sobre a experiência na Sauber.

A imprensa vibra, o paddock concorda e todo mundo vê. Porém o próprio chefe da Sauber, Jonathan Wheatley, prefere economizar elogios ao sul-americano, sempre saindo em defesa do piloto europeu, mesmo em seus dias ruins.

O engenheiro britânico chega até mesmo a “botar uma pá de cal” ao comentar a atuação superior do brasileiro em classificações e corridas, chamando-a de “momentânea”, e utilizando outros adjetivos como “algo transitório” ou “passageiro”.

“É apenas uma fase e pode mudar de uma hora para outra”, reforçou.

Mesmo quando não tem outra escapatória senão elogiar, o chefe da equipe “assopra e morde”: “Quando um dos dois encaixa a volta, vence o duelo. Nas últimas corridas, foi Gabriel. No entanto, teremos pistas como Singapura e Las Vegas, onde ele não tem referências. Isso pode alterar novamente o equilíbrio”.

Para concluir, Wheatley fez questão de enaltecer o único terceiro lugar conquistado por Hülkenberg em uma década e meia de experiência nas pistas: “Durante anos, falaram sobre Nico nunca conquistar um pódio, e esse capítulo terminou. Acredito que a história das classificações também chegará ao fim em breve. Nico é super rápido em volta única e no ritmo de corrida. Realmente extraordinário”, destaca.

Estranhamente, ele ‘esqueceu’ de analisar que desde o GP da Inglaterra o experiente piloto não marcou um único ponto, ao passo que o jovem de 20 anos pontuou em três etapas: na Bélgica, na Hungria e na Itália.

Embora tenha elogiado Bortoleto em algumas ocasiões, chegando a chamá-lo de “o pacote completo” e o “verdadeiro negócio da Sauber”, a fala de Wheatley sobre superioridade busca de fato tirar a pressão sobre o primeiro piloto.

No entanto, é claro e cristalino entender qual dois é o verdadeiro talento. A despeito das opiniões ‘imparciais’ vindas da própria equipe.

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