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As asas derretidas da Red Bull

Red Bull, que voava nas nuvens em 2023, enfrenta uma séria crise, cujo capítulo mais recente foi a demissão de Christian Horner

João Luiz da Fonseca

14/07/2025 14h45

Foto: Reprodução/Instagram

Foto: Reprodução/Instagram

Apenas três dias após o Grande Prêmio da Inglaterra, a Red Bull divulgou um comunicado à imprensa dando conta da demissão do CEO e chefe de equipe Christian Horner, destituindo-o de um comando que já durava 20 anos. A decisão na verdade foi tomada um dia antes, mas o engenheiro projetista de 51 anos não queria que seu time soubesse da notícia assim, friamente, por meio da imprensa. E pediu um prazo de um dia para reunir seus comandados e expor a situação. E então partiu, já que a demissão teve “efeito imediato”.

E imediatamente também a equipe escalou Laurent Mekies para substituí-lo, credenciado pela forma como vinha liderando a equipe irmã Racing Bulls desde o início do ano passado. Alan Permane foi promovido de Diretor de Corrida para assumir seu lugar.

Em seu comunicado, a Red Bull não informou os motivos da dispensa de Hornes, que tinha contrato até 2030 com a empresa. Mas eles eram muitos, indo desde escândalos pessoais que implicaram em desgastes das relações internas à conflituosa relação com Helmut Marko, consultor da equipe, e as brigas constantes com Jos Verstappen, pai de Max. E, claro, a queda abrupta de desempenho nas pistas, depois de uma temporada quase perfeita em 2023, onde a equipe triunfou em 21 das 22 corridas do calendário, sendo 19 vencidas pelo tetracampeão mundial.

Mas o declínio começou na temporada seguinte, e este ano se agravou com um início difícil, levando-a ao quarto lugar no Campeonato de Construtores, com 172 pontos – 288 atrás da líder McLaren após 12 rodadas, e bem fora da disputa.

Nesta mesma época no ano passado, ela ainda liderava, tendo marcado 201 pontos a mais do que a contagem atual.

Depois de apenas algumas rodadas, a Red Bull admitiu que seu foco era o Campeonato de Pilotos — já que essa era sua chance mais realista de ganhar um título este ano — mas, apesar de garantir duas vitórias, Max Verstappen se distanciou do líder do campeonato, Oscar Piastri , e agora está 69 pontos atrás.

As perspectivas para o resto da temporada, portanto, parecem sombrias. E essa tendência já vem se mantendo há algum tempo, com a equipe tendo vencido apenas quatro dos últimos 26 Grandes Prêmios.

O declínio coincidiu com algumas saídas importantes nos últimos 15 meses, incluindo o gênio do design Adrian Newey , que foi para a Aston Martin, e Jonathan Wheatley , que se tornou o diretor da Sauber.

Após semanas de negociações, os principais líderes da Red Bull decidiram que a mudança era necessária agora, especialmente com 2026 se aproximando e quando haverá mudanças radicais nos regulamentos do chassi e da unidade de potência.

Essa será a primeira temporada em que a Red Bull usará sua própria unidade, criada em conjunto com a americana Ford.

Mekies vai fazer milagre?

Os chefes da Red Bull têm uma ótima avaliação de Mekies. A Racing Bulls surgiu como uma forte operação no meio do pelotão nesta temporada e está na luta para terminar em quinto lugar no Campeonato, sob a sua liderança.

O francês é muito bem avaliado por aqueles que trabalharam com ele. Mas seus esforços serão suficientes para reverter esse quadro de desgaste generalizado?

Em seu primeiro dia como diretor-executivo e chefe de equipe, o engenheiro se mostrou disposto a enfrentar o desafio. “É um prazer entrar para a equipe e o foco será em ter certeza que todas as pessoas talentosas aqui vão ter tudo para desenvolver, porque elas já são as melhores”, comentou.

Ele mira chegar a “grandes resultados”. Mas quem vem acompanhando o triunfo e queda

da Red Bull tem lá suas dúvidas. Afinal, tais como de Ícaro, as asas da equipe dos energéticos parecem derreter cada vez mais, à medida em que as coisas vão  esquentando lá pros lados de Milton Keynes. 

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