A Federação Paulista de Futebol decidiu eliminar o Paulista da Copa São Paulo de juniores. Assim, o Batatais, derrotado na semifinal, herdou a vaga na decisão de hoje, contra o Corinthians. Mas… Como o colunista questionou ontem, o que acontece com os outros clubes que enfrentaram o time de Jundiaí e ficaram pelo caminho? Avaliando friamente, todos podem ir à justiça desportiva e exigir que toda a tabela seja refeita – a partir da primeira fase do torneio. Isso, claro, influiria na competição como um todo. Ainda mais neste ano em que houve “repescagem” de time eliminado levando-se em conta a campanha até aquele momento no torneio.
A FPF, porém, argumenta que a decisão tomada foi para manter o equilíbrio da competição – e, claro, levá-la até a decisão. A principal justificativa do setor jurídico da entidade é que “descoberta a fraude, aplicou-se o regulamento”. Ou seja: se a lambança tivesse sido descoberta nas quartas-de-final, o Paulista não participaria da semifinal e assim retroativamente, no momento da descoberta. Pode parecer solução fácil (e é), mas infelizmente é a saída para situações deste nível.
Um exemplo “torto” que pode ser utilizado é a descoberta, por exemplo, de doping numa Olimpíada. Se o atleta conquistou medalha, não são refeitas todas as provas em que ele participou, desde a primeira eliminatória. Ele, o atleta, simplesmente perde a medalha e os rivais na final “ganham” uma posição. Como disse, uma decisão “fácil”, mas talvez a única que pode ser efetivamente adotada. Menos mal que o Batatais, o Fantasma da Mogiana, tenha descoberto o problema antes da final.
Já imaginaram se o Paulista enfrentasse o Corinthians, ganhasse o jogo e, depois, visse o troféu ir parar no Itaquerão?
Produtividade
Quanto alguém ganha diz respeito apenas a quem paga e, claro, a quem recebe. Nem mesmo a família do empregado deve ficar especulando sobre os valores. Meu pensamento. E digo isso por conta do possível acerto entre o Coritiba e Ronaldinho Gaúcho. Consta que o jogador acertou um salário fixo de R$ 300 mil mensais, mais seguranças e o aluguel de uma mansão perto do clube – fico pensando na agonia dos futuros vizinhos, pensando nas célebres festas promovidas pelo dentuço…
O salário, dizem (e não vou ficar especulando, até para ser coerente com o que escrevi anteriormente), seria aumentado na medida em que o craque produzisse mais, e mais, e mais. Ou seja, em bom português: fez a diferença, ganhou um jogo, correu, a grana aumenta. Ficou “de migué”, se escondendo, “no chinelinho”, a grana é aquela só e nada mais. Bom negócio? Sim. E não.
Quantos mega empresários têm um salário de R$ 300 mil garantidos todo mês? Pouquíssimos. E dedicação, dirão os mais radicais, é o mínimo que se pode exigir de um trabalhador, ainda mais com um empregador que paga em dia seus compromissos.
Se a tática dará certo é muito cedo para especular. No Atlético Mineiro deu. Tanto que Ronaldinho Gaúcho praticamente conduziu a equipe ao título da Libertadores. No Fluminense, onde não havia este tipo de acerto, ele não ficou sequer seis meses. E foi dispensado. No México, também contratado na base da produtividade, o dentuço fez sucesso e fez tudo o que dele se esperava. Vamos ver o que acontecerá no Coxa.
Sem solidariedade
Até a manhã de ontem menos de dez mil ingressos para o jogo da seleção brasileira contra a Colômbia, hoje, no Engenhão, haviam sido vendidos. Muito pouco, convenhamos. A ideia do jogo da solidariedade é excelente. Distribuir os valores arrecadados entre as famílias das vítimas, também. Pena que o público parece não ter comprado totalmente a ideia. Ainda.
E olha que a seleção brasileira não joga no Rio desde a final da Copa das Confederações, em 2013, e tem toda esta motivação do “sob nova direção” desde que Tite assumiu, há seis jogos – todos com vitória do Brasil.
Acredito, com sinceridade, que o estádio estará lotado, mas a demora na comercialização dos ingressos faz pensar.