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Brasília

Greve deixa servidores da rede pública sem comida de novo

Arquivo Geral

05/11/2014 7h20

No mesmo dia em que o Pronto- Socorro do Hospital Materno Infantil voltou a atender  – com três médicos de plantão -, outro serviço era paralisado, prejudicando novamente os servidores, que já andam insatisfeitos com a instituição, devido à falta de médicos e de segurança.  Por falta de pagamento, a empresa responsável por servir alimentação a quase todas as unidades de saúde da rede pública decidiu suspender a entrega das refeições a partir de ontem. 

Em nota, a Sanoli Indústria e Comércio de Alimentação Ltda. explicou que a medida foi tomada, mais uma vez, após a Secretaria de Saúde   não quitar o pagamento do mês de setembro e um montante devido desde janeiro no valor de R$ 13 milhões. A dívida aumenta com a fatura relativa ao mês passado.

“Se considerarmos que as despesas para a preparação das refeições servidas em outubro  já foram efetuadas e resultaram em um faturamento de mais R$ 12 milhões, chega-se a uma exposição do contrato no valor aproximado de R$ 25 milhões”, detalha a direção da Sanoli.

Dificuldades

A empresa alega que o rombo no orçamento tem dificultado a empresa de manter a reposição dos estoques de gêneros alimentícios e de honrar o pagamento   de seus mais de 1,7 mil funcionários diretamente envolvidos com a secretaria, bem como os encargos tributários. 

Em outro trecho da nota, a Sanoli alerta que a próxima suspensão pode afetar os pacientes. “Continua o fornecimento da alimentação   para os pacientes, o que demonstra a seriedade e a responsabilidade da empresa, até que se esgote o atual estoque de matéria prima e o comparecimento dos seus funcionários”, afirma. 

Procurada, a Secretaria de Saúde informou que não foi comunicada sobre a decisão da empresa de suspender as refeições aos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Mas admitiu estar ciente do atraso na parcela referente “ao mês de setembro e que seus gestores estão empenhados, junto às secretarias de Planejamento e Fazenda, em resolver este caso, de forma a não afetar os serviços”. 

E concluiu que, contratualmente, com a garantia de que “a Sanoli deve executar os serviços por 90 dias, independentemente do repasse”, há um prazo maior para que a suspensão atinja os pacientes.

Psicóloga desconfia de abuso

Também no Hospital Materno Infantil (Hmib),  a denúncia de uma psicóloga da unidade levou à investigação de um suposto abuso sexual. Um homem de 47 anos teria violentado sexualmente a filha de dez anos. De acordo com o 1º Batalhão de Polícia Militar (Asa Sul), a profissional teria desconfiado do pai e avisado à equipe de  segurança do hospital, que acionou a corporação.

Para averiguar as suspeitas, pai e filha foram conduzidos até a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), localizada no Departamento de Polícia Especializada (DPE). Em seguida, a menina retornou ao hospital, onde fez exames para confirmar se houve abuso. O pai, segundo a polícia, foi liberado depois do depoimento e vai aguardar a conclusão da investigação em liberdade.

A Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom) afirmou que o caso foi registrado na DPCA e está sendo apurado. De acordo com o órgão, os resultados serão divulgados assim que saírem. Já a Secretaria de Saúde afirmou que não vai comentar o assunto.

Serviço garante agilidade

Por enquanto, são apenas os servidores que acabaram sofrendo com a falta de alimentação no próprio refeitório do Hmib. Fazer a refeição no local de trabalho é uma forma de reduzir o tempo de ausência dos servidores e diminuir os riscos que podem ocorrer às crianças internadas devido à falta de assistência médica.

Para a técnica em enfermagem Sulemar Rosa dos Reis, fica inviável sair do hospital para comprar lanche ou jantar. “Imagina! Temos três unidades de Terapia Intensiva: pediátrica, neonatal e materna. Não podemos abandoná-las para lanchar”, afirma a servidora, que havia iniciado o expediente na parte da noite.

Uma outra funcionária do Hmib, que preferiu não se identificar, afirmou que, ontem, já não teve café da manhã e nem almoço. Segundo ela, para se alimentar, os servidores tiveram de pedir refeição pelo telefone.

Outra técnica de enfermagem, que também não revelou o nome, disse que levou a marmita para o trabalho, pois já temia a interrupção no serviço da empresa terceirizada. 

Emergência volta ao normal
 
Após fazerem   paralisação de um dia, os médicos  voltaram a trabalhar e fazer as duas horas extras diárias após o governo prometer reforçar o quadro de pediatras até domingo.
 
Na terça-feira (4),  as crianças que se dirigiram ao Hmib foram rapidamente atendidas. “Não demorou  20 minutos hoje (ontem)”, disse o motorista Rogério Caetano, 45, morador de São Sebastião. O filho dele, de cinco anos, vomitava e apresentava sinais  de virose.

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