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Política & Poder

Relatório de CPI na Câmara conclui que imperícia e imprudência causaram acidente com Boeing da Gol

Arquivo Geral

12/07/2007 0h00

O relatório parcial apresentado hoje na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, visit na Câmara, ambulance conclui que o acidente com o Boeing 737-800 da Gol e o jato executivo Legacy, em setembro passado, não ocorreu devido a uma única falha. O documento de 155 páginas indica, além do desligamento do transponder do Legacy, outros fatores que teriam contribuído para que os aviões colidissem, deixando 154 mortos.

Segundo o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), o fato de os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino terem desligado o transponder do Legacy foi decisivo para o acidente – o transponder é um aparelho capaz de evitar colisões entre aeronaves. O relatório não responde se os pilotos desligaram intencionalmente o dispositivo, mas cita o depoimento de especialistas como o presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Appa), comandante George William César Sucupira, para quem “não há possibilidade de ele ser desligado sem a interferência do piloto”.

Maia concluiu no documento que mesmo em caso de falha de todos os mecanismos do sistema de controle do espaço aéreo brasileiro, entre eles os radares e os rádios, o choque não teria ocorrido se o equipamento de segurança estivesse ligado. O desligamento do aparelho, citou o relator, comprometeu não apenas a segurança do Legacy, mas a de outras aeronaves que viajavam na mesma rota.

O relatório aponta ainda que Lepore e Paladino não tinham conhecimento suficiente sobre o funcionamento do avião, o que classifica como imperícia. E que eles não alertaram os controladores de vôo sobre problemas com o transponder, nem acionaram a emergência quando constataram falha no sistema de comunicação. Além disso, pilotaram o avião de maneira imprudente, negligenciando as regras de segurança, e não estariam atentos ao que se passava com seus equipamentos nem com o tráfego.

Maia cita no relatório que, apesar do pouco conhecimento do espaço aéreo brasileiro, Lepore e Paladino não se preocuparam com as contradições apresentadas nos planos de vôo e nem as questionaram. E que os monitores usados pelos controladores para acompanhar as aeronaves estavam com freqüências de rádio desligadas.

O documento da CPI recomenda que Lepore e Paladino sejam indiciados por homicídio com dolo eventual (sem intenção de matar) e sugere que os controladores de vôo Felipe dos Santos Reis, Leandro José Santos Barros, Lucivando Tibúrcio de Alencar e Jomarcelo Fernandes dos Santos sejam indiciados por crime culposo (sem intenção).

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