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Brasília

CrisDown atende mais de 1,4 mil pacientes

Os pacientes são encaminhados ao CrisDown pelas unidades básicas de saúde e maternidades de hospitais onde recebem atendimento, além de demandas espontâneas

Aline Rocha

08/08/2019 13h33

Foto: Divulgação/SES-DF

Da Redação
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O Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown) tem um total de 1.142 paciente cadastrados e já atende cerca de 400 paciente semanalmente. O serviço, que existe desde 2013 no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), é o único no país a acolher bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos, além de se estender às mulheres com diagnóstico da trissomia do cromossomo 21 durante a gestação.

A fisioterapeuta e coordenadora do CrisDown, Carolina Vale, relembra que o projeto começou com 11 profissionais no espaço menor dentro do Hran. A equipe conta, hoje, com 31 servidores multidisciplinares, entre fisioterapeuta adulto e infantil, terapeuta ocupacional, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, geneticista, clínico geral, cardiopediatra, neuropediatra e pediatra.

“Temos também parcerias com outros serviços do hospital para assistência aos nossos pacientes, quando necessário – como é o caso da Odontologia, Ginecologia, Dermatologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Endocrinologia”, acrescenta Carolina.

De acordo com ela, foi possível observar a evolução dos pacientes que chegaram bebês ao centro de referência ao longo dos seis anos de existência do projeto. Ela explica que trata-se trata-se de oferecer a oportunidade à pessoa com síndrome de Down.

A fonoaudióloga Patrícia Cupulo lembra que, inicialmente, o atendimento a pessoas com síndrome de Down era oferecido no Centro de Saúde 11, na 905 Norte, pela pediatra Moema Arcoverde. Nessa época, não havia integração das diversas especialidades.

Mais independência

Patrícia lembra que atua no CrisDown desde sua criação e comenta sobre o desenvolvimento dos pacientes durante sua trajetória no serviço. “Atendo crianças e adolescentes. Consigo perceber a diferença entre os que chegaram desde pequenos e aqueles que buscaram o serviço já com mais idade. Os primeiros são mais independentes, apresentam autonomia em relação aos aspectos de motricidade orofacial e de linguagem”, relata.

A nutricionista Cláudia Carvalho também compõe a equipe e relata sua experiência no CrisDown: “Em muitos casos, preciso trabalhar a percepção da família para chegar ao indivíduo. Se eu não transformo esse meio, não consigo me aproximar da pessoa atendida”, diz.

Na opinião de Cláudia, a diversidade das demandas impulsiona o profissional a cuidar do paciente como um todo. “Quando estou em atendimento e observo alguma alteração clínica, ortopédica ou sensorial, em que outra área possa intervir, a equipe se reúne para que ele receba assistência de forma individualizada”, complementa.

Os pacientes são encaminhados ao CrisDown pelas unidades básicas de saúde e maternidades dos hospitais onde recebem atendimento, além das demandas espontâneas e pela indicação de um conhecido que faz já uso do serviço. Os recém-chegados passam pelo acolhimento no Hran, sendo agendados para a classificação de risco.

Encontros quinzenais

No acolhimento, os pacientes recebem o calendário dos grupos de atendimento realizados durante o ano. Os encontros são quinzenais e divididos por faixa etária. Neles, diferentes famílias trocam informações e esclarecem dúvidas com profissionais de saúde.

Ana Paula Galdino, 28 anos, mãe de Francisco Artur, oito meses, conta que, antes de procurar o CrisDown, em novembro de 2018, já conhecia o serviço. “Quando meu filho estava com 15 dias de vida, viemos para o acolhimento e estamos participando dos grupos. O atendimento é excelente”, elogia.

Para a dona de casa, esclarecer dúvidas e se socializar com outras famílias são pontos positivos do serviço. “Aqui, nos ajudam com orientações que servem para o nosso dia a dia”, acrescenta.

“É encantador o nível de envolvimento desses profissionais com os nossos filhos”, afirma a jornalista Mariana Martins, 36 anos, mãe de João Cabral, quatro meses. Ela relata que, em fevereiro deste ano, levou o filho para o acolhimento no CrisDown.

“Fazemos muita questão de participar dos grupos, pois esses encontros são importantíssimos para todos nós. Um aprendizado constante”, complementa Mariana. A jornalista classifica a equipe como capacitada. “Aqui estão os melhores profissionais de saúde do DF”, diz.

Os adultos também são contemplados nos grupos de atendimento. “Temos casos de pacientes que estavam ociosos em casa, sem vida social, devido à superproteção da família. Com essa assistência, conseguimos tirá-los daquela rotina”, afirma a coordenadora Carolina.

Segundo ela, é possível observar pessoas retraídas tornarem-se comunicativas. “O CrisDown realmente modifica a condição da pessoa na sociedade e dentro da própria casa”, conclui.

Serviço

Quer mais informações sobre o CrisDown? Ligue para (61) 2017-1900, ramal 7058

 

Estadão Conteúdo

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