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Saúde

Consumo exagerado de margarina prejudica inteligência e aumenta risco de depressão

Arquivo Geral

31/03/2015 11h05

O consumo de gorduras ruins afeta tanto a saúde física quanto a psíquica, afirma o médico Fábio Cardoso, especialista em Medicina Preventiva, Longevidade e Anti-envelhecimento. Pesquisas recentes apontam que o consumo de margarina prejudica a inteligência das crianças e pode aumentar o risco de depressão.

Margarina X inteligência

Um estudo com 871 crianças, feito por um grupo de epidemiologistas da Universidade de Auckland (Nova Zelândia), apontou a relação da margarina com a saúde. Segundo Fábio Cardoso, pessoas que adotam uma dieta saudável tendem a ser mais inteligentes, e, portanto, aquelas que comem ácidos graxos (gorduras) saudáveis também são mais inteligentes. “Quanto mais ácidos graxos poliinsaturados você consome, maior é o seu QI. Ácidos graxos provenientes do peixe, em particular, estão correlacionados positivamente com a inteligência. E o contrário também é verdade: uma dieta com altos níveis de ácidos graxos saturados (gordura ruim) não é boa para o seu QI”.

Durante sete anos os pesquisadores neozelandeses registraram a dieta de 871 crianças nascidas em 1995-6. Com um questionário, mediram sua inteligência na idade de três e sete anos de idade, usando um teste de QI feito sob medida. Concluíram que quanto mais se adotam refeições diárias contendo cereais, maior o QI alcançado. “A ingestão de margarina correlaciona-se negativamente com a queda da QI. Crianças que comiam margarina menos de uma vez por dia marcaram uma média de 4 pontos a mais nos testes de QI”.

Até mesmo o efeito do consumo de peixe desaparece quase completamente diante do efeito negativo da margarina, que diminui a inteligência das crianças. “Ácidos graxos trans são um ingrediente básico em margarinas, especialmente os mais baratos, e não estão presentes somente em margarinas”, adverte o médico.

Gorduras ruins favorecem a depressão

Mas não é só a inteligência que o consumo de gorduras ruins pode afetar. Ele pode também mexer com os sentimentos. A depressão se tornaria menos comum no mundo  se a margarina fosse substituída por azeite de oliva. Esta é a conclusão de um estudo epidemiológico de cientistas da Universidade do Sul de Geórgia que seguiram quase cinco mil pessoas durante dez anos. Enquanto que os ácidos graxos no óleo de oliva protegem contra a depressão,  os ácidos graxos presentes na maioria das margarinas “saudáveis” aumentam o risco de doença.

A depressão atingiu proporções epidêmicas no século passado, tanto quanto a artrite, o reumatismo e o diabetes. Estudos apontam que até 10-15% da população ocidental têm sintomas de depressão. Uma teoria diz que a doença é uma conseqüência do aumento do consumo de ácidos graxos poliinsaturados, como os encontrados no óleo de milho, óleo de soja e óleo de girassol. Esses ácidos graxos respondem pelo nome genérico de ômega-6. O mais conhecido destes, graças a anúncios de margarina, é o ácido linoléico. Os ácidos graxos ômega-6 são melhores para o coração e os vasos sanguíneos que gorduras saturadas, e é por isso que a indústria alimentar começou a usá-los cada vez mais em alimentos vendidos como otimizadores da saúde, explica Fábio Cardoso.

“O problema é que os ácidos graxos ômega-6 também são as matérias-primas para fatores inflamatórios, como prostaglandinas. Além disso, os ácidos graxos ômega-6 expulsam os  ácidos graxos ômega-3 para fora do corpo. Para poder funcionar bem, as células do cérebro precisam de ácidos graxos ômega-3, encontrados em peixes oleosos, e em algumas fontes vegetais. Tanto o excesso de fatores inflamatórios e a escassez de ácidos graxos ômega-3 são fatores susceptíveis para aumentar a chance de se produzir a depressão e tantas outras doenças”.

Os ácidos gordurosos mono-insaturados ou os ácidos graxos ômega-9 são encontrados no azeite de oliva. Eles são bons para o sistema cardiovascular, assim como os ácidos graxos ômega-6, mas não fazem o corpo produzir fatores mais inflamatórias e não expulsam os ácidos graxos ômega-3 para fora do corpo, explica o especialista.

“Nos homens, uma alta ingestão de ácidos graxos ômega-6 quase duplica a probabilidade de se tornar deprimido. Há uma tendência de um consumo elevado de ácidos gordos ômega-9 reduzir a chance de depressão em homens, mas não é uma relação estatisticamente significativa. Entre as mulheres, no entanto, o efeito protetor de uma alta ingestão de ácidos graxos de ômega-9 foi estatisticamente significativo”.

A mensagem que a pesquisa transmite é clara: a substituição da dieta à base de margarinas e outros produtos à base de ácidos graxos ômega-6, como o azeite de oliva, pode fazer com que as pessoas enxerguem o mundo de forma mais brilhante, inteligente e feliz. “É importante pensar nisso antes da próxima refeição”, orienta Fábio Cardoso.

 

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