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Política & Poder

Chefe de gabinete de Rollemberg deixa cargo e troca PSB pela Rede

Arquivo Geral

04/02/2016 6h00

Francisco Dutra

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Depois do Carnaval, o diplomata Rômulo Neves deixará a Chefia de Gabinete do governo de Rodrigo Rollemberg. Trata-se de um posto estratégico do Palácio Buriti: embora distante dos holofotes, é próximo das decisões dos bastidores. Por questões políticas, Neves também se desfiliou do PSB e ingressa na Rede Sustentabilidade. 

Ainda hoje, Neves pretende divulgar carta aberta pelas redes sociais explicando os motivos desta decisão. “Quero participar de uma construção partidária em que eu esteja 100% envolvido, projeto mais horizontal, mais participativo, mais democrático. A Rede me parece a opção mais viável no Distrito Federal”, afirmou ontem.

O “namoro” político do PSB com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pesou na decisão do diplomata. 

A legenda e o grupo político do tucano avaliam uma composição para a disputa do Palácio do Planalto. Segundo  Neves, este é um indicativo relevante de uma construção política da que ele não quer fazer parte. Afinal, para 2018, Neves pretende apoiar o nome de Marina Silva.

“O projeto da Rede é algo que vai muito além dessa dicotomia entre direita e esquerda. E é, certamente, mais progressista. Hoje existe um pensamento de Fla x Flu na política, do qual sou contra. Há elementos na esquerda que não aprovo, assim como há elementos na direita. Um projeto político deve pautar-se pelo que é correto, que atenda à população e que seja progressista”, argumentou Neves.

Candidatura a deputado vai para a agenda

Fora do Buriti e do PSB, mas não da base do governo, Rômulo Neves pretende continuar apoiando  Rodrigo Rollemberg. Sem as implicações da função de chefe de gabinete, o diplomata planeja entrar na discussão política  sobre os rumos do DF, sendo potencial candidato a ddeputado em 2018.

“O mais importante é participar do debate público. O governo apanha por algumas coisas que considero que estão sendo feitas corretamente. E às vezes não apanha fazendo a coisa errada. Candidatos são conhecidos pela vaidade. Mas meu nível de vaidade é bem menor do que a média”, comentou o diplomata.

Desde meados do ano passado, Neves sinalizava que pretendia deixar o cargo no Buriti. Na reforma administrativa do segundo semestre, seu nome era dado como certo para uma diretoria de peso na Terracap. Mas seu potencial substituto, o ex-secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, não aceitou a função.

Na avaliação de Neves, naquele momento o governo estava fragilizado e cargo não poderia ficar em aberto. “Hoje a Casa Civil está estruturada, a comunicação caminha bem e a situação fiscal e financeira está sendo equacionada pela Fazenda”, concluiu.

Mudança de perfil

1 – Com o discurso de uma nova política, norteada pela competência técnica, Rollemberg montou um núcleo de governo composto por Rômulo Neves, na Chefia de Gabinete; Hélio Doyle, na Casa Civil; Leonardo Colombini, na Fazenda; Leany Lemos, no Planejamento; Marcos Dantas. nas Relações Institucionais; Carlos Tomé, na Mobilidade;  e  Antônio Paulo Vogel na Gestão  Administrativa. Cinco deles já trabalhavam há anos com Rollemberg, no Senado.  Com saída de Neves, deste grupo apenas Leany permanecerá na linha de frente.       

2 – Marcos  Dantas continua com um posto de destaque no Exevutivo à frente da pasta de Mobilidade, mas perdeu participação  política na condução do Buriti. Em função das pressões e necessidades políticas, a cota pessoal original de Rollemberg foi erodida no decorrer do governo. É fato que o governador colocou novos nomes neste postos, muitos que ainda se pertencem a sua cota pessoal. Mas, em praticamente todos os casos, os novos personagens conjugam a gestão da máquina pública com a política de forma mais intensa, a exemplo do atual chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio.

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