Um escorpião amarelo foi encontrado no Centro Obstétrico do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). De acordo com a Secretaria de Saúde, o animal peçonhento foi achado morto em cima de uma maca, após uma dedetização realizada em outros setores do hospital. O incidente aumenta a preocupação dos pacientes sobre a higienização do hospital.
A pasta alega que esse caso foi pontual, e informa que as atividades de dedetização são feitas a cada três meses no hospital. Apesar dos esclarecimentos, pacientes não acreditam que se trate de um simples incidente, mas uma demonstração do descaso.
“O hospital é mal conservado. O teto está caindo, e portas de banheiro quebradas. Isso tudo já é um risco por si só. Falta uma equipe para fazer uma vistoria e resolver esses pequenos detalhes. Se apareceu um escorpião, deve ter vários outros”, acredita William Rodrigues, 27 anos, que acompanhava a esposa no ambulatório.
Mãe de três filhos, Graciele da Conceição, 29 anos, também ficou preocupada com a situação. “Já pensou ser picado por um escorpião daqueles? Você vem aqui atrás de melhorar a sua saúde e passa por um perigo desses. Uma picada daquelas dói muito, ainda mais em uma criança”, reclama.
A dor, de acordo com o professor Paulo César Motta, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia da UnB, é o único sintoma na grande maioria dos casos, mas se tratando de um recém-nascido, a picada pode ser fatal ou ter efeitos gravíssimos.
“Tem que existir uma ação mais direta do poder público, dedetizando os ambientes urbanos onde o escorpião amarelo se prolifera. Eles são atraídos por baratas, pois se alimentam delas”, explica.
O especialista indica que, para prevenir a propagação de escorpiões, é preciso vedar soleiras de portas e janelas e tampar bem os ralos. Dentro de casa, é importante ter cuidado com a limpeza.
Em 2012, foram 792 casos notificados de acidentes por picadas de animais peçonhentos, sendo 425 de escorpiões. Neste ano, até abril, foram 274 casos, sendo 107 por escorpiões.