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Brasília

Pura emoção

Arquivo Geral

26/09/2016 11h53

Os jornalistas vivem pressionados pelo horário. O jornal, o programa de rádio, o telejornal, todos têm um horário no qual precisam ficar prontos, caso contrário de nada adianta todo o trabalho, o leitor, o ouvinte, o telespectador, não receberão a notícia. Ontem, como sempre acontece, acompanhava os jogos da rodada do Brasileiro e já escrevia a coluna de modo a não atrapalhar a vida dos companheiros da redação. Com o Cruzeiro vencendo o Flamengo, já havia colocado como título do primeiro item da coluna “Alegria verde”, descrevendo o fato de o Flamengo ter entrado em campo sabendo que precisava vencer para não deixar o Palmeiras abrir vantagem ainda maior na liderança do Brasileiro. Quando comecei a escrever, o Palmeiras estava com quatro pontos à frente do rubro-negro carioca. Pouco antes de Cícero marcar para o Fluminense, em São Paulo, já tive de alterar o texto que estava escrevendo porque a distância Verdão/Mengão ficara em três pontos. Mas o título se mantinha, afinal de contas, de um ponto passara para três. Só que Mancuello virou o jogo e… Bem, a diferença entre Palmeiras e Flamengo permaneceu em um ponto. Pior foi para o Cruzeiro: com a vitória, abria vantagem sobre o Z-4. Com o empate, mantinha a distância e permanecia fora da degola. Perdendo, entrou com tudo na zona do rebaixamento. E o horário de fechamento me apertando…

Estavam avisados

Eram mais ou menos 36 minutos do primeiro tempo quando Marcos Junior, do Fluminense, foi puxado dentro da área. Pênalti claro. Claro, não. Para o árbitro Anderson Daronco, do Rio Grande do Sul, não houve nada, apesar de, pelas imagens da televisão, ele estar olhando para o que acontecia. De longe, deu para ver que o tricolor fora puxado. Daronco não viu. Aí, se os jogadores do Fluminense partem para cima dele reclamando, xingando (erradamente, mas no calor do jogo tudo é possível), poderiam ser expulsos (como Marquinho foi na quarta-feira, pela Copa do Brasil, também num Corinthians x Fluminense). O pior foi saber, pela reportagem da televisão, que o quarto árbitro falou algo do tipo “eu vi” para a comissão técnica do time carioca. Claro que, se for chamado num tribunal, o auxiliar dirá que o “eu vi” foi para dizer “eu vi que não foi nada”. Com mais esta falha, como sempre pró-Corinthians, o time paulista continua sonhando com o G-4 enquanto o tricolor perdeu a chance de aproximar-se do grupo que briga pela classificação para a Libertadores – apenas lembrando que ano passado o mesmo Daronco marcou um pênalti que não existiu a favor do Palmeiras, num jogo da Copa do Brasil contra o Fluminense, que acabou sendo fundamental para a classificação palmeirense à final da competição (que o Verdão acabaria vencendo). E, mesmo com o 12º jogador, o Timão perdeu. Sofreu um gol aos 49 do segundo tempo. Castigo…

Hipocrisia

Várias vezes já manifestei minha contrariedade com a invasão de ex-jogadores como comentaristas de futebol na televisão – o rádio está fazendo o mesmo, é bom que se registre. Por várias razões. Se eu quisesse jogar futebol deveria me preparar fisicamente, fazer exames médicos, concentrar-me etc. Para ser jornalista, embora alguns doutos dos tribunais achem que não, deve-se passar um período frequentando os bancos de faculdade – o que não dá qualidade para ninguém, é bom que fique claro, também. Mas os ex-jogadores, na maior parte dos casos, agridem nossos tímpanos com frases feitas, repletas de erros de português e posições “em cima do muro”. Sem falar naqueles que, por terem sido ídolos em alguns clubes, procuram esquivar-se de criticar o ex-time, por vezes até distorcendo os fatos. Ontem, no Fluminense x Corinthians, enquanto se discutia sobre os constantes erros de arbitragem pró-Timão, ele fez questão de lançar uma pérola, afirmando que era melhor deixar de lado as reclamações e “ir para o jogo”. Fácil dizer isso quando o beneficiado é sempre o mesmo. Melhor seria ter ficado calado.

Quem sobra?

As derrotas de São Paulo e Cruzeiro colocaram uma pitada de agonia nesta reta final do Brasileiro na luta contra o rebaixamento. América Mineiro e Santa Cruz, com sinceridade, já foram. Seria necessária uma verdadeira revolução em qualquer um dos dois para que conseguissem se salvar. Acredito, inclusive, que mais atrapalharão alguém do que conseguirão, mesmo salvar-se. Como caem quatro, sobram duas vagas malditas. Hoje, temos o Cruzeiro dentro do Z-4. O Internacional, se derrotou o Atlético Mineiro (escrevo antes do fim do jogo, maldizendo de novo a questão do horário citada lá em cima), deu uma fugidinha, colocando o Figueirense na roda. Mas… O que falar de São Paulo (em queda), Coritiba e Sport? E o Vitória, que ontem bateu o tricolor paulista e respirou um pouquinho? Como disse, vai faltar no ônibus para quem quiser embarcar rumo à Série A em 2017.

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