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Brasília

Dois temas

Arquivo Geral

27/07/2016 7h46

Atualizada 26/07/2016 13h48

Não como negar: os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começarão oficialmente na sexta-feira, dia 5 de agosto (antes disso já teremos alguns jogos pelos torneios de futebol), têm dois grandes temas, neste momento – e, infelizmente, não falamos ainda de recordes ou possíveis medalhas. Claro que me refiro à caótica situação da Vila Olímpica e dos atletas dopados, independente de nação.

A questão da situação da Vila Olímpica causa vergonha. Internacional. Ouvi de empresas que realizam assessoria das construtoras que “isso é assim mesmo… não deveriam ter aberto tudo de uma vez… o chamado teste de estresse não se faz com tudo funcionando…”. Até entendo a preocupação dos profissionais que ganham para defender, para explicar, mas não seria melhor calar? Não seria mais honesto dizer “sim, vacilamos, mas vamos aprontar tudo do jeito que deve ser e ninguém vai lembrar das lambanças”? Não, preferem negar os erros. Daqui a pouco vão dizer que os atletas é que estão errados porque reclamam dos banheiros entupidos.

Isso sem falar do prefeito carioca, que confunde bom humor com falta de senso e no lugar de admitir os problemas quer fazer graça. Depois, diz que falou o que falou para fazer com que os visitantes “se sentissem em casa”. Ok, vamos acreditar… Ah, Brasil…

Aí, como não poderia deixar de ser, as pancadas vêm de todas as partes. Na Espanha, que teve Madri derrotada pela candidatura do Rio, os jornais já exibem manchetes criticando a escolha do Comitê Olímpico Internacional – aliás, perceberam que a entidade até o momento (em que escrevo a coluna…) não se manifestou sobre o fato? Se é verdade que a delegação australiana diminuiu a intensidade das críticas, também é verdade que vários países estão colocando a mão no bolso para resolver, por eles mesmos, defeitos encontrados. Falam que o Comitê Organizador irá ressarcir. Desde que exista o pedido. Lamentável.

Dos inacabados quartos para os laboratórios, a mesma vergonha. Agora são nadadores e canoístas da Rússia que estão vetados, por doping. Sou amplamente favorável ao jogo limpo, à esportividade, à vitória pelo esforço. Estranho, porém, que essa cruzada pela moralidade tenha demorado tanto a acontecer. Será que não poderiam ter feito os tais testes de antiguidade há dois meses? Ou antes da definição dos índices e respectivos classificados? Se as amostras estavam lá, à disposição, há anos (pegaram gente dopada em Pequim, 2008), por que deixaram para “limpar” a área a poucos dias do início dos Jogos? Estranho…

Pode isso?

A informação, velada, causou terror entre os torcedores que ficaram sabendo: o Fluminense, hoje, pode dar uma de Santa Cruz e não se empenhar como deveria no jogo contra o Ypiranga, em Erechim, pela Copa do Brasil. A razão? Participar da Copa Sul-Americana, que pelas contas feitas renderia mais do que a Copa do Brasil. Claro que a notícia foi de pronto desmentida, mas há no ar a preocupação. E os torcedores não conseguem acreditar. Não faz parte das tradições do clube tal coisa.

Para quem não entendeu, vou explicar: pelo louco regulamento da Copa do Brasil, os times que eventualmente estejam classificados para as oitavas-de-final do torneio deveriam abrir mão da sua vaga na Sul-Americana. Aconteceria com o Santa Cruz (daí a citação ao time pernambucano), que escalou uma “equipe alternativa” contra o Vasco. Foi eliminado e, agora, participará da competição continental, abrindo mão da Copa do Brasil. O Fluminense, pelo que se especula, deve ir pelo mesmo caminho. Nem deverá escalar o time titular contra o Ypiranga – a justificativa é poupar os titulares para o jogo contra a Ponte Preta, domingo de manhã, pelo Brasileiro.

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