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Brasília

Gol – 1000 do Brasil

Arquivo Geral

28/09/2016 12h01

História e historiador, as vezes, não se entendem. E não há campo mais complicado para isso do que onde rola a bola. Há, por exemplo, um desentendimento que já passa de um século. Quem marcou o primeiro gol da Seleção Brasileira?

Para muitos pesquisadores, Oswaldo Gomes, do Fluminense, teria ficado com a glória, conquistada aos 15 minutos de Brasil 2 x 0 Exeter City, time da Série C inglesa que vinha da Argentina e fizera escala no Rio de Janeiro. Placar do 21 de julho de 1914, no estádio do Fluminense, diante de 5 mil almas. De outra parte, há os que transferem o feito para Rubens Sales, do Paulistano-SP, aos 13 minutos de Brasil 1 x 0 Argentina, pela Copa Roca, em 27 de setembro do mesmo 1914, no estádio do Gymnasia Y Esgrima, em Buenos Aires. Por sinal, valeu o nosso primeiro “caneco”, diante de 17.200 pagantes.

A discussão tem várias vertentes: 1 – o gol de Oswaldo aconteceu em jogo amistoso; 2 – o de Rubens Sales, além de ter sido em partida oficial, foi por uma seleção de fato e nacional; 3 – na época dos dois jogos citados, a Confederação Brasileira de Desportos-CBD nem existia; 4 – a partir de 1917, com o surgimento da entidade, foi que começaram-se as anotação das estatísticas.

Além desses quatro itens, entra na disputa Sílvio Lagreca, do São Bento-SP. Em 3 de outubro de 1917, ele foi à rede, aos 40 minutos dos 2 x 4 Argentina, pelo Campeonato Sul-Americano, no Parque Pereyra, na uruguaia Montevideu. Diante das considerações que só aceitam jogos oficiais anotados pela CBD, outros três atletas perderam a glória do primeiro gol do escrete brasileiro, todos em jogos do Sul-Americano-1916: Demosthenes, da AA das Palmeiras-SP, em 8 de junho, aos 29 minutos do 1 x 1 Chile; Alencar, do Americano-SP, aos 10 minutos do 1 x 1 Argentina, em 10 de junho, e Arthur Friendenreich, aos 12 minutos do 1 x 2 Uruguai, com todos estes jogos no estádio do Gymnasia y Esgrima.

Passados 59 temporadas de divergências interpretativas sobre o autor do primeiro gol do selecionado pátrio, história e historiadores saíram do Maracanã, na tarde de 27 de maio de 1973, inteiramente de acordo: Leivinha, do Palmeiras, marcara o gol 1.000 do time canarinho, durante os 5 x 0 sobre a Bolívia, diante de 55,711 pagantes. Aconteceu aos 55 minutos do amistoso que teve mais um tento do centroavante, 11 minutos depois – antes, Rivellino, aos 6 e aos 14, e Valdomiro aos 20, haviam visitado a rede.

Naquele prélio, apitado por Armando Marques, o time do treinador Mário Jorge Lobo Zagallo teve: Leão (Palm); Zé Maria (Cor), Chiquinho ‘Pastor” (Fla), Piazza (Cruz) e Marco Antônio (Flu); Clodoaldo (San), Rivelino (Flu) e Paulo César Lima (Fla): Valdomiro (Inter-RS), Leivinha (Palm)/Palhinha (Cruz) e Edu Américo (San).

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