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Brasília

A mordida do jacaré

Arquivo Geral

24/10/2016 14h44

No domingo 12 de abril de 2008, o Brasiliense ficou pentacampeão da Série A do futebol candango, antecipadamente, goleando o Esportivo Guará, por 4 x 0. Mas não saiu de campo carregando o caneco, para protestos de sua torcida.

Uma semana depois, para enfrentar o Legião, o presidente Luís Estevão armou a festa, incluindo chuva de papel picado, para a galera comemorar o (finalmente) recebimento do troféu, no Serejão, o estádio que era a casa do “Jacaré”. E rolou a bola, ao som do apito do árbitro Raimundo Lôpo.

Como seria um jogo só para cumprimento de tabela, Luís Estevão não se preocupou em fazer divulgação agressiva para atrair grande público. Então, apenas 1.249 “gatos pingados” (gíria usada pela imprensa para se referir de público pequeno) passaram pelas bilheterias do Estádio Elmo Serejo Farias, proporcionando a arrecadação de decepcionantes R$ 2.568,00.

Grana do jogo, na verdade, não era a preocupação do “Jacaré”. O que este queria mesmo era mandar mais uma goleada dentro do clima de festa e deixar a impressão de que faria uma boa campanha no vindouro Campeonato Brasileiro da Série B. Mas a festa não foi de arromba, no início do prélio. Aos sete minutos, Kaká, o lateral-esquerdo do Legião, foi lançado e atacou. Mandou um chute forte, raspando o travessão e assustando a rapaziada que fazia batucada nas arquibancadas. Aos 20 minutos, o Brasiliense perigou a “cidadela” do adversário. Iranildo, o Xuxu, serviu Dimba, que trombou com um zagueiro e lançou Jóbson, que deixou o adversário de cabelos arrepiados.

Jóbson era a grande revelação do Brasiliense. Aos 20 anos, mandava avisar que iria acontecer – e aconteceu, com a camisa do Botafogo. Mas, enquanto o tal dia não chegava, o Legião chegou à rede. Aos 45 minutos, Lucas foi lançado e mandou a paulada, escrevendo 1 x 0 no placar do primeiro tempo. No vestiário, durante o intervalo, o treinador Gérson Andreotti cobrou mais atenção da sua moçada e o pito valeu. Aos cinco minutos do segundo tempo, Gleidson, que tomara a vaga de Eduardo, fez um passe para Athirson, que lançou Jóbson. Este, mostrando mito veneno, finalizou, com categoria, para não deixar o rival carimbar a faixa do “Jaca”: 1 x 1, placar final.

O time campeão candango em seu último jogo da campanha teve: Guto; Sérgio Gomes, Júnior Baiano, Ailson e Eduardo (Gleidson); Agenor, Juninho (Coquinho), Athirson e Iranildo; Jóbson (Moré) e Dimba. O Legião, escalado pelo técnico Marcos Falopa, alinhou: Fernando; Romarinho, Ícaro, Luan e Kaká; Perivaldo, Didão, Kim (Leandro) e Alisson (Leís); Chefe e Lucas.

Detalhe: Jóbson fez o nome defendendo o Botafogo, mas não aproveitou a chance. Esteve envolvidos em muitas confusões, no futebol brasileiro e no exterior, jogando no lixo uma carreira que poderia lhe render Seleção Brasileira. A última notícia saiu nas páginas policiais da imprensa do Norte do País.

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