Coincidências. É amigo íntimo do secretário de Saúde, Humberto Fonseca, o relator do acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) – Bruno Dantas – que liberou o Governo do DF a contratar organizações sociais para fazerem a gestão de unidades de saúde pública. Os dois foram aprovados no mesmo concurso público para consultoria legislativa do Senado e dividiram a mesma sala. Quando Dantas foi consultor-geral legislativo, o adjunto escolhido por ele foi Fonseca.
Memória
Dantas já foi citado como afilhado político de Renan Calheiros e de José Sarney. E teria favorecido Renan com uma nota técnica que recomendava votação secreta para o processo de cassação instaurado contra o senador no Conselho de Ética, em 2007. Na época, o presidente do Senado foi acusado de receber dinheiro de uma empreiteira para pagar despesas pessoais e teve de renunciar à Presidência para escapar do processo.
Até que enfim
Enfim, foram prestar depoimento como testemunhas, em audiência da Operação Caixa de Pandora, os deputados Cristiano Araújo (PSD) e Bispo Renato Andrade (PR), ontem, no Tribunal de Justiça do DF. Depois de reiteradas convocações, eles alegavam compromissos legislativos para faltar, até que a Justiça expediu decisão de condução coercitiva, caso se negassem mais uma vez. Aí eles foram. Os dois negaram ter presenciado qualquer ato relativo ao suposto esquema de propina durante o governo Arruda.
“Excesso”
Araújo era da base governista no último governo de Arruda, enquanto Andrade foi administrador regional e secretário. O Bispo admitiu ter feito nomeações a pedido de terceiros, mas garantiu que a prática é comum. Ele se incomodou mesmo foi com o “excesso” da juíza Simone Garcia Pena, da 2ª Vara de Fazenda Pública, que ameaçou a condução coercitiva. “Da minha parte, eu não fui das outras vezes por conta da CPI dos Transportes”, justificou.
Nota “de pesar”
Em tom velorial, “com profundo pesar”, o SindSaúde-DF publicou nota em que manifesta preocupação com a decisão do Tribunal de Contas da União sobre a implementação de organizações sociais no DF. A entidade classifica como “verdadeiras organizações criminosas” as OS’s que pretendem se instalar por aqui. “A decisão que melhor protege os recursos públicos e a qualidade dos serviços prestados na área da saúde é a do presidente do Tribunal de Contas do DF, Renato Rainha, que reconhece que os gastos com OS contabilizam na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”, diz o texto.
Será que vai?
O atual presidente da Câmara Legislativa do DF, deputado Juarezão (PSB), marcou nova data para analisar as representações contra os quatro deputados afastados da Mesa – Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Bispo Renato Andrade (PR) e Julio Cesar Ribeiro (PRB) – e Cristiano Araújo (PSD): quarta-feira. Era nesta semana, mas não foi. Os processos só tramitam na Casa se a Mesa Diretora decidir por isso. O assunto mais comentado na Câmara, no entanto, é a pizza que deve virar.
SAC Juarezão
E por falar em Juarezão, o deputado de Brazlândia criou um SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão) no gabinete dele. O SAC Juarezão, segundo a assessoria, “reúne canais para atendimento ao cidadão com assessores dedicados e treinados para atender às diversas solicitações da população”. Para entrar em contato com o vice-presidente que virou comandante da Câmara Legislativa, os moradores do DF podem chamar no chat disponível no site dele. O slogan do projeto é “Ouvindo você, trabalhando por todos!”. Dá para cobrar por lá também. Fica a dica!
Vaias. Quem nunca?
Foi vaiado e xingado por uma Câmara Legislativa lotada de servidores o secretário adjunto de Relações Institucionais da Casa Civil, Igor Tokarski, ontem, durante a comissão geral que discutiu os reajustes salariais devidos há um ano a 32 categorias de servidores públicos. Ele foi o escolhido pelo Palácio do Buriti para enfrentar a fúria de quem sabe que vai levar o calote do governo.